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De chupeta à cárie: especialista orienta como cuidar da saúde bucal do seu filho

PARTE II

Alimentação 

Já se sabe que o açúcar e os carboidratos são responsáveis pela fermentação, diminuição do pH bucal e produção dos ácidos que originam as cáries, e é sabido também que geralmente os alimentos destas classes são os preferidos dos pequenos. O que vale a pena ressaltar sobre este assunto é o fato de que a criança pode sim comer de tudo, mas na hora certa. Doces, bolachas, pães, salgadinhos, chocolates e balas, por exemplo, não estão proibidos, mas devem ser consumidos nos horários das refeições e não ao longo do dia. É pior comer a cada dez minutos um desses alimentos do que comer todos juntos de uma só vez durante as refeições. 

Outra coisa importante é a consistência do alimento. Quanto mais pegajoso, mais tempo ele vai ficar retido nos dentes. Outro fato importante é que a criança não deve dormir sem fazer a higiene bucal, ou seja, a mais importante das três escovações diárias é a escovação antes de dormir, pois durante o sono o corpo entra em um estágio metabólico mais lento, e boa parte das funções diminuem, desde a frequência cardíaca até a produção da saliva, que atua como “proteção” para os dentes, já que é a responsável por regular o pH da boca. 

Chupetas e mamadeiras

Reprodução

Quando falamos sobre estes dois objetos, é complicado dar uma resposta categórica, já que em determinadas situações eles são objetos importantes. O que podemos afirmar é que todo hábito, quando duradouro, tende a alterar a formação da arcada dentária, prejudicar a musculatura da boca e o posicionamento da língua, mas isto depende de alguns fatores como a frequência e a intensidade do uso. Por isso, é indicada a suspensão do uso da chupeta e mamadeira o quanto antes, de preferência até os quatro anos de idade. Nestas situações, um odontopediatra é indicado para acompanhar e instruir a transição, pois todo processo de remoção de hábitos deve ser lento e gradativo.  

Cárie na infância 

A cárie é uma doença infecciosa causada por bactérias, que metabolizam restos de alimentos, principalmente açucares e carboidratos, produzindo ácidos que irão alterar o pH da boca e então tornam-se capazes de desmineralizar os dentes. A cárie aparece, inicialmen威而鋼
te, como uma mancha branca e depois evolui para cavidades. 


Na odontopediatria, a principal atenção é para a popularmente conhecida como cárie de mamadeira. A cárie precoce da infância é muito agressiva, de evolução rápida e provoca muita sensibilidade (dor), podendo causar a destruição dos dentes de leite em um curto espaço de tempo. E é uma doença que pode afetar a criança já no primeiro ano de vida, e que geralmente associada à persistência da amamentação durante a madrugada, seja ela natural ou artificial. Nesta situação, o acompanhamento odontológico pediátrico tem como objetivo manter a saúde bucal da criança e instruir os hábitos corretos para os responsáveis, evitando assim que a criança passe por episódios de dor, pois se não for tratada a tempo, pode evoluir e atingir a polpa do dente e até levar à sua perda. 

Evitando o excesso de flúor 

O uso de flúor na prevenção da cárie dental já foi comprovado de diversas formas. Podemos usar como exemplo políticas consolidadas como o uso do fluoreto no tratamento da água e a sua adição nos cremes dentais, porém, quando o flúor é ingerido existe o risco de termos dentes com fluorose. 

A fluorose dentária é uma alteração que ocorre devido ao excesso de ingestão de flúor durante a formação dos dentes. Como consequência, têm-se defeitos de mineralização do esmalte, com severidade diretamente associada à quantidade ingerida. A fluorose causa alteração de cor do esmalte dental, que pode assumir uma tonalidade esbranquiçada ou exibir pequenas manchas ou ainda linhas brancas. Nos casos mais graves, adquire uma coloração acastanhada ou marrom, podendo haver perda de estrutura dental. 

Atualmente, a maior causa de fluorose é a ingestão de produtos fluoretados em locais onde já existe água fluoretada, sendo que o mais comum a pasta de dente com flúor que muitas crianças engolem durante a escovação. O indicado é utilizar creme dental sem flúor até o momento em que os pais percebam que a criança já esta treinada para cuspir e não ingerir a espuma ou a pasta propriamente dita. Neste momento, com indicação do dentista e acompanhamento dos pais, pode ser feita a troca para pastas com flúor. 

Acompanhamento do desenvolvimento 

Atualmente o índice de crianças que necessitam de intervenção ortodôntica é crescente. Boa parte da população se preocupa com alterações dentais que causam problemas na estética, como por exemplo, o apinhamento dental – falta de espaço entre os dentes ou a presença de diastemas – sobra de espaço entre os dentes. Porém, as alterações estruturais, quando há alterações da oclusão dentária, geralmente são diagnosticadas por um profissional da área, já que estas alterações são mais complexas e o tratamento costuma ser mais longo. Quanto antes for feito o diagnóstico, melhor será o resultado do tratamento. 

O acompanhamento odontopediátrico, além de ter todos os meios para cuidar da saúde bucal da criança, também é capaz de detectar estas alterações e definir o melhor momento para encaminhar a criança para avaliação ortodôntica.

Fonte: Bonde 

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