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Dente de Leite: doação de leite materno

Não, leite materno não causa cáries. Amamentar é ótimo, pois não contribui para a deterioração dos dentes da criança, combate a mortalidade infantil e ajuda na prevenção de inúmeras doenças. Defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unicef, a amamentação é a maneira mais econômica e eficiente para combater a mortalidade infantil.

Agora que esclarecemos isso, o próximo assunto hoje foge um pouco à odontopediatria, mas como temos muitas leitoras passando por essa fase pós-gestação, vale à pena abordar. Existem mamães que produzem leite, mas não conseguem amamentar. Outras que nem produzem. E têm aquelas que produzem tanto leite que precisam “tirar” para não doer, não “empedrar” e causar infecções. Essas mães que produzem muito leite, precisam fazer  uma “ordenha” e  acabam descartando o leite – jogando fora mesmo.

O que muitas não sabem é que podem DOAR esse excesso de LEITE aos Bancos de Leite Humano.

Mas para que doar o seu leite?

Para começar, o leite materno é a alimentação ideal e a mais completa para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê  por sua composição de nutrientes.

Tem fácil e rápida digestão, de acordo com a capacidade do organismo infantil. Além disso, possui componentes e mecanismos capazes de proteger os bebês de inúmeras doenças. É uma fonte natural de “lactobacilos, bifidobactérias e oligossacarídeos“.

Nenhum outro alimento possui as características imunológicas do Leite Materno.

* O seu Leite Doado aos Bancos de Leite serão destinados aos bebês que precisam de um alimento assim, INIMITÁVEL.

A super composição do leite materno ajudará principalmente aos recém-nascidos pré-maturos, de baixo peso, que não sugam. É também indicada aos recém-nascidos com infecções, com diarreias ou aos alérgicos a proteínas heterólogas.

Ou seja, a mãe e o seu leite estarão salvando VIDAS!

O  que é, de fato, um Banco de Leite Humano?

É um centro especializado na promoção do aleitamento materno, vinculado a hospitais materno/infantis.

*Existe uma legislação que todo Banco de Leite Humano precisa seguir, é a RDC nº 171.

Neste centro, há o estímulo ao aleitamento, execução da coleta, processamento e controle da qualidade do colostro, leite de transição e leite maduro doado por voluntárias, para a posterior distribuição.

A distribuição só é realizada quando há a prescrição médica ou do nutricionista.

“Os Bancos de Leite Humano tem entre seus objetivos a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Neste sentido, desenvolvem trabalho para auxiliar as mulheres-mães no período da amamentação, tendo profissionais qualificados para também orientar sobre a saúde.”

Quem pode doar?

Toda mulher saudável, que esteja amamentando seu filho, e que tenha excesso de leite pode ser doadora!

“De acordo com a legislação que regulamenta o funcionamento dos Bancos de Leite no Brasil (RDC Nº 171) a doadora, além de  apresentar excesso de leite, deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente.”

Como doar?

A mulher que quer doar o seu leite deve ir ao Banco de Leite Humano para ser orientada como fará a doação.

O Banco de Leite possui normas e rotinas que precisam ser seguidas para garantir o controle de qualidade do leite doado. E assim proporcionar os nutrientes necessários ao bebezinho receptor.

* Para encontrar um Banco de Leite no Brasil, clique aqui.

Como funciona o Banco de Leite Humano?

Cada Banco de Leite desenvolve a sua administração seguindo as diretrizes da RDC nº 171, como já foi citado anteriormente.

Devem conter prontuários, fichas e cadastros próprios que registrem diariamente dados pessoais, exames clínicos e laboratoriais e todo o trabalho realizado, desde a coleta e controle de qualidade até  instruções e promoções ao aleitamento materno.

Como acontece a coleta?

image3 (1)A coleta é orientada pelos funcionários do Banco de Leite – daí a necessidade de procurar o Banco de Leite antes de fazer a coleta para doação- antes de “tirar o leite em casa”. Envolve desde a massagem e ordenha até a estocagem.

Os funcionários são treinados e as doadoras são orientadas de acordo com os padrões técnicos de higiene. O leite coletado  é acondicionado em recipientes de vidro com tampas de plástico, com prazos de validade escritos em rótulos.

A estocagem deve ser em refrigeradores (com prazo de validade de 24hs) ou em freezers (com validade de 15 dias).

Controle de qualidade do Leite Humano doado

Cada Banco de Leite Humano precisa garantir a qualidade e propriedades do produto doado, isso desde a coleta até a distribuição, a baixo custo e com risco mínimo a saúde do consumidor. Para tanto, o controle de qualidade deve estar inserido desde o projeto para construção do Banco de Leite até a coleta, processamento, acondicionamento e fluxo.

Além desta etapa preparatória e medidas preventivas, existem os controles microbiológico, físico-químico, da acidez e da quantidade de gordura em cada frasco de armazenamento.

Cuidados especiais também são dispensados quanto à lavagem, esterilização e preparo dos materiais utilizados em TODAS as etapas. Existe quantidade, tipo de detergente para lavagem e maneira de secar cada recipiente antes do armazenamento e estocagem.

O controle de qualidade envolve ainda a forma como o leite coletado é transportado desde o local da coleta (em caixas isotérmicas- com gelo reciclável) até o seu *processamento e distribuição ao consumo final.

O leite humano doado, após passar por todos esses processos, é distribuído com qualidade certificada aos bebês internados em Unidades Neonatais, garantindo uma alimentação ideal que proporcionará nutrientes para um desenvolvimento e crescimento mais saudáveis.

*Processamento ->  Conjunto de procedimentos que selecionam, classificam e avaliam as condições de conservação em que o leite se encontra no momento da recepção; estocagem; reenvase em campo de chama; rotulagem dos frascos; pasteurização em banho-maria em temperatura de 62,5ºC por 30 minutos; resfriamento dos frascos em imersão em água a mais ou menos 5ºC (água + gelo); até a estocagem que deverá ser o congelamento por até 6 (seis) meses em freezers, efetuando rigoroso controle de temperatura.

Fonte: Vida de Dentista e Mamu

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