Conheça as sete doenças bucais mais comuns causadas pelo fumo

Boa parte da população já sabe que o fumo pode causar uma série de doenças e compreende que esse não é um hábito saudável. Porém, poucas pessoas conhecem quais são as sete doenças bucais mais comuns causadas pelo tabagismo. Para explicar essas patologias e de que forma elas nos afetam, conversamos com a Dr. José Henrique de Oliveira, cirurgião dentista e diretor de Operações do INPAO Dental.

1-    Comprometimento dos tecidos periodontais (gengivais)

Por possuir quase cinco mil compostos químicos, o cigarro afeta diretamente os tecidos periodontais, responsável por todo o sistema de implantação e suporte dos dentes. Entre os principais problemas estão a diminuição da vascularização; a alteração da resposta inflamatória e imunológica; o aprofundamento das bolsas periodontais e as interferências em cicatrizações pós- terapias.

2-    Guna (Gengivite Ulcerativa Necrosante Aguda)

A Guna, também conhecida como Gengivite Ulcerativa Necrosante Aguda, é uma doença periodontal relativamente incomum. Ela se manifesta em pacientes jovens na presença de estresse associada à má higiene bucal. Entre as suas principais características clínicas podemos incluir úlceras, necrose, dor e sangramento da gengiva.

3-    Manchas nos dentes

Apesar de não ser considerada exatamente uma doença, o cigarro contribuiu para a geração de manchas na parte de fora dos dentes, problema que incomoda muita gente devido a questão estética. Para resolver, muita gente abusa do clareamento dental, quando o mais correto é parar, ou pelo menos reduzir, não apenas o consumo de cigarro, mas também de alimentos como o café, chá e bebidas com corantes artificiais.

4-    Candidíase

Conhecida popularmente como “sapinho”, essa doença é caracterizada pela presença de áreas brancas facilmente removidas. Ocorre em pacientes com deficiência imunológica, corticóide terapia ou fatores locais como o uso de próteses e má higiene bucal. Para resolver esse problema, consulte seu médico para prescrever um enxaguatório bucal antifúngico ou pastilhas (clotrimazol).

5-    Xerostomia

A sensação constante de boca seca, consequência ou não da alteração na quantidade e qualidade da saliva, também é resultado do hábito de fumar. Para a maioria dos pacientes só pode ser oferecido alívio sintomático, melhorando a higiene bucal rígida e um controle na dieta. Porém, em casos mais agudos, é necessário reativar a secreção das glândulas salivares com tratamento químico e acompanhamento do cirurgião dentista.

6-    Halitose

A halitose é uma condição anormal do hálito e indica um desequilíbrio local ou sistêmico. O fumo contribui para exacerbar o odor, favorecendo a descamação e redução do fluxo salivar. Por sua vez, esse problema propicia a formação da saburra lingual, a popular língua branca, causada por uma placa bacteriana esbranquiçada, que se forma no fundo da língua.

7-    Câncer bucal

Por fim, e com certeza a doença mais fatal, o câncer de boca é uma patologia mais comuns entre os fumantes. O crescimento anormal e desordenado de massa ou tecido, pode ser maligno ou benigno. Entre as suas principais características clínicas estão a úlcera; o surgimento de bordas nítidas elevadas e endurecidas; e o sangramento fácil.

Vale lembrar ainda que quem fuma pode perder os dentes muito antes de alguém que não tem o vício, já que uma das consequências do tabagismo é o agravamento das doenças periodontais, que afetam as gengivas e os ossos ao redor dos dentes. “Para minimizar os riscos de desenvolver essas doenças, o ideal é que o fumante visite a cada seis meses seu cirurgião dentista para prevenir eventuais lesões ou possibilitar uma intervenção precoce, caso seja necessário”, afirma o Dr. José Henrique de Oliveira, diretor de Operações do INPAO Dental.

Fonte: SEGS

Cuidar da gengiva aumenta a imunidade de pacientes com HIV

Durante a pesquisa, foi constatado que algumas bactérias causadoras da periodontite tinham a capacidade de modificar as funções do vírus que causa a AIDS

 

Um estudo realizado por profissionais das principais instituições de ensino do país – USP, UNIP e UNICAMP – concluiu que cuidar da saúde periodontal pode aumentar a imunidade de pacientes com HIV.

Para entender a pesquisa é necessário saber que a doença periodontal é uma infecção forte na gengiva que provoca sangramento, perda de estruturas ósseas e, em alguns casos, perda do dente.  Por ser uma infecção, há a presença de bactérias que, além da boca, podem se espalhar pelo organismo.

“Durante a pesquisa, percebemos que algumas dessas bactérias tinham a capacidade de modificar as funções do vírus que causa a AIDS, aumentando sua capacidade de se multiplicar, por exemplo”, diz Renato Corrêa Viana Casarin, professor do curso de Mestrado em Odontologia da UNIP e co-autor da pesquisa.

A partir disso, foi possível associar as infecções gengivais com a queda da imunidade de pacientes soropositivos. Ou seja, prevenindo ou controlando a periodontite é possível reduzir as bactérias que estimulam o vírus da HIV e, consequentemente, a quantidade de vírus no organismo.

“Já se sabe que quanto menos carga viral, maior a imunidade do indivíduo que possui o HIV. E isso ficou bastante claro em nossa pesquisa que, com o tratamento da periodontite, o número das células de defesa do organismo, chamadas linfócitos CD4, aumentavam”, diz o especialista.

Durante todo o tratamento e pesquisa o cuidado com a doença bucal sempre foi reforçado com informações sobre o benefício de se tratar a inflamação da gengiva e técnicas de escovação e remoção de placa bacteriana.

Saúde bucal e qualidade de vida

Com base nos resultados, os especialistas envolvidos na pesquisa garantem que ter uma higienização bucal impecável ajuda, e muito, a melhorar a saúde e a qualidade de vida dos portadores do vírus HIV.

“Os portadores do vírus HIV devem ter um rígido controle de sua saúde bucal, visitando o dentista frequentemente (período que varia de 3 a 6 meses, dependendo da indicação do profissional). Esses pacientes inclusive podem apresentar outros problemas bucais associados a presença do vírus HIV, sendo o diagnóstico e o tratamento precoce de grande importância para o tratamento e, consequentemente, para a saúde geral”, diz Renato.

Fonte: Terra

Pré-Natal Odontológico

Hoje falaremos sobre as doenças bucais mais comuns nas gestantes. Mas quais são elas?

Sangramento Gengival

Durante a gestação, há o aumento da vascularização do periodonto (gengiva, dente, osso, ligamentos). A gravidez não causa a inflamação. O que leva à inflamação e conseqüentemente ao sangramento gengival é o acúmulo de placa bacteriana pela falta da higienização-correta, que aliado à depressão do sistema imune (de defesa) que ocorre na fase gestacional, alterações nos hábitos alimentares, a carência de vitamina C e de niacina, que tem propriedades cicatrizantes,  predispõem a uma resposta mais agressiva para certas infecções bucais.

Gengivite (antigamente chamada de Gengivite Gravídica)

É o acúmulo da placa bacteriana entre os dentes e periodonto inflamando a gengiva, que além de sangramento apresenta aumento de volume–inchaço, fica com um aspecto mais avermelhado, dolorida e brilhante. Essas bactérias ainda não atingem os ligamentos periodontais e o osso.

Durante a gravidez, com a maior vascularização, o aumento hormonal, a mudança dos hábitos alimentares, alterações no colágeno, na hidratação e a depressão da resposta imune do organismo, a gengivite torna-se mais agressiva. Por tudo isso, a gravidez acentua (e não provoca) a resposta tecidual à placa bacteriana e altera a manifestação.

É importante ressaltar que grávidas com excelente nível de higiene bucal não apresentam alterações gengivais.

É comum aparecer áreas mais inchadas, parecidas com pequenos tumores, são os Granulomas Gravídicos ou Piogênicos (ocorrem em 30% a 73% das gestantes em média).

É uma lesão benigna, não cancerígena, mas que precisa ter o diagnóstico do dentista e ser tratada.

A maioria desaparece logo após o parto ou apenas com a instrução da higiene bucal mais acentuada e correta. No entanto, pode haver um crescimento exacerbado sendo necessária a remoção cirúrgica.

Periodontite

Quando não cuidamos da gengivite enquanto está no estado inicial, as bactérias “tornam-se mais fortes e numerosas” e conseguem infiltrar além da gengiva, vão para o osso e ligamentos que sustentam os dentes, causando a periodontite.

ATENÇÃO: A medicina desenvolveu pesquisas comprovando que os focos de infecção de origem odontológica, principalmente a periodontite, podem aumentar as chances de parto prematuro e nascimento de crianças com baixo peso.

Dentes Fracos

Os dentes NÃO ficam fracos durante a gravidez. O organismo da gestante NÃO utiliza o cálcio dos DENTES para formação do seu bebê.

A necessidade de cálcio na gestante realmente dobra (para a formação do feto) e com as alterações hormonais, mudança de hábitos alimentares, algumas vezes (quando há carência de minerais), o organismo da gestante retira o cálcio e os minerais dos seus OSSOS para usá-los na formação dos ossos do bebê. Daí a importância de uma dieta bem equilibrada durante esta fase, rica em todos os minerais.

Portanto, os dentes não ficam com menos cálcio, não ficam fracos, nem quebram, nem ‘ficam’ com caries porque a mulher está grávida. O que geralmente acontece, como já falamos, é que a gestante muda muito seus hábitos alimentares, passa a comer mais, têm desejos inusitados de doces ou alimentos com alto teor de açúcar, entretanto a higiene bucal continua a mesma de quando não estava grávida…

Essa alteração dos hábitos alimentares, o aumento na frequência de ingestão de alimentos cariogênicos (com alto teor de açúcares) e a deficiência na higiene bucal aliados a todos os fatores de alterações durante a gestação facilita a erosão ácida e a atividade cariogênica mais severas. Daí a impressão de que os dentes estão mais fracos…

Pois é, sangramento espontâneo ou quando passa o fio dental, dor, gengivas coçando ou inchadas, mau hálito, dentes maiores que o normal, dentes quebrando “do nada” e cáries repentinas… podem ser sinais de que você tem doenças bucais e está colocando em risco a sua saúde, a do seu bebê e a do seu companheiro, já que são doenças bacterianas e as bactérias passam da sua boca para a do seu parceiro.

A gravidez não é a responsável pelo aparecimento repentino de cáries, pelas doenças periodontais e nem pela perda dos dentes. Além disso, a gravidez não impede que você cuide da sua saúde bucal caso sinta qualquer sintoma diferente do normal durante a gestação.

A grávida pode ser atendida em qualquer idade gestacional e a real necessidade de intervenção curativa (tratamento da doença) deve ser avaliada pelo dentista. Os profissionais da área são capacitados para o atendimento à gestante com manejo adequado para tratamento em qualquer idade gestacional.

É importante que a grávida vá ao dentista uma vez ao mês para o seu pré-natal odontológico, evitando assim as doenças mais comuns na gestante!

Fonte: Vida de Dentista